Você inicia um empreendimento e as vendas começam a caminhar bem depois de um tempo. O lucro chega e então bate a dúvida: vale a pena formalizar um pequeno negócio? O questionamento não é banal, já que muitas pessoas consideram o processo burocrático e têm dúvidas de como proceder. No entanto, o registro pode ser essencial para os projetos de expansão da empresa, além de trazer maior segurança para o dono do estabelecimento, os funcionários e clientes.
Isso acontece porque, com a formalização do pequeno negócio, os empreendedores conseguem algumas vantagens, como acesso a linhas de créditos, auxílios em casos de doença ou gravidez, além de conquistar maior confiança dos consumidores – uma vez que passam a emitir nota fiscal.
Qual a hora de formalizar um pequeno negócio?
Com a facilidade do cadastro do MEI (microempreendedor individual) – disponível para empresas com rendimento anual de até R$ 81.000 e feito totalmente online – algumas pessoas já optam por tirar o certificado logo no início das atividades. No entanto, quem posterga a abertura da pessoa jurídica, pode questionar se é necessário ou não formalizar a atuação.
Um tópico importante é entender quais as necessidades do seu negócio, analisando os ganhos e entendendo as possibilidades de crescimento. Também vale a pena colocar na balança as seguranças que a formalização traz, como a contribuição direta para a aposentadoria.
Outro ponto para avaliar é se você pretende ter um ou mais funcionários. Formalizar o pequeno negócio ainda delimita com clareza as relações trabalhistas do empreendimento. Por exemplo, o cadastro MEI assegura a presença de um funcionário, que deve receber todos os direitos trabalhistas reservados. Isso permite que a relação com os funcionários seja mais profissional e pode até evitar problemas na justiça por contrações informais, combinadas verbalmente.
Os benefícios de formalizar o pequeno negócio
- Facilidade de expansão da empresa – Quando os planos são de expandir o pequeno negócio, é essencial a busca por formalização. O registro permite acesso às linhas de crédito do governo e de bancos especialmente criadas para microempreendedores, ou seja, que possuem soluções focadas neste perfil de profissionais. Além disso, também há modalidades que permitem descontos em materiais e equipamentos, facilitando a capacitação dos espaços de trabalho e aumentando a desempenho das empresas.
- Maior possibilidade de formar parcerias – Ao formalizar a atuação, os empreendedores também conseguem estabelecer parcerias com demais empresas. Mesmo em negócios menores, essa é uma ferramenta importante para garantir aos consumidores a melhor experiência. A cooperação bem-sucedida, sobretudo de empreendimentos complementares, pode ser um diferencial de destaque quando comparada aos serviços oferecidos por concorrentes.
- Mais formas de pagamento para o seu cliente – Você faz mais compras com cartão ou dinheiro? Não há como negar que a facilidade de pagamento influencia no volume de vendas atualmente. Oferecer formas variadas, inclusive de bandeiras de cartões, é importante para aqueles consumidores que não estão com cédulas no momento. O acesso às maquininhas, por exemplo, está cada vez mais facilitado para quem é MEI. Por isso, observe se os clientes deixam de fazer compras com você pela ausência do equipamento ou se questionam ao menos se a transação pode ser por cartão, seja de crédito ou débito.
- Emissão de nota fiscal – Consumidores querem se sentir seguros ao fazer uma compra. É preciso ter a garantia de que eles estarão protegidos ou terão a mínima assistência caso o produto dê algum problema ou o serviço não saia como esperado. Dessa forma, a emissão de nota fiscal é um recurso importante para trazer a sensação de segurança. Além disso, é um comprovante formal da compra, o que confere maior autenticidade caso ele precise ser apresentado como documentação oficial. O sistema de emissão de notas fiscais ainda é mais eficiente do que controles pessoais. Como os comprovantes são salvos automaticamente após serem gerados, o empreendedor consegue mantê-los organizados e acessá-los de forma simples para reunir os valores ao balanço de vendas ou Imposto de Renda, por exemplo.
- Aposentadoria e mais benefícios – Antes de observar apenas sob o ponto de vista da saúde dos negócios, é indispensável que os empreendedores priorizem o próprio bem-estar. Afinal, é preciso ter segurança caso algum imprevisto aconteça, como o afastamento por doença. Quando optam pelo registro formal, os pequenos empresários passam a ter acesso a benefícios importantes, como:
- Aposentadoria;
- Auxílio-doença;
- Salário maternidade;
- Pensão por morte;
- Auxílio-reclusão.Pensar na aposentadoria é uma dor de cabeça para muitos brasileiros, por isso, é imprescindível a organização no momento de entender quais os direitos para quem tem um pequeno negócio. O mesmo se estende para os demais auxílios. Ao se regularizar, procure ajuda qualificada – seja de um contador ou de um advogado – para explicar quais os termos de obtenção para cada uma das modalidades. Mas um ponto é importante: além de se tornar um pequeno empreendedor, é preciso manter as contas e pendências da empresa em dia para garantir o acesso aos benefícios – como realizar mensalmente o pagamento do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
- Licitações do governo – Você sabia que pequenos empreendedores também conseguem participar de licitações do governo federal? Inclusive, para o ano de 2021, as condições para se inscrever foram facilitadas em um estímulo para a maior participação. O governo realiza cerca de 100 mil contratações por ano. O credenciamento é online e, para participar, é preciso se manter atento ao lançamento dos editais e observar se sua empresa se encaixa no perfil desejado para a prestação do serviço.
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